As incertezas que antecedem a posse do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a baixa atividade das baleias e da correlação do Bitcoin (BTC) com o S&P 500, em meio à queda das ações, são os principais catalisadores da volatilidade acentuada do mercado de criptomoedas nos últimos dias, segundo análise desta semana da Santiment.
📊 These choppy crypto prices are being propelled by low whale participation, a high correlation with dropping equities, and uncertainty before Trump’s inauguration. Our biweekly market report, in collaboration with @Bybit_Official, breaks down the latest! https://t.co/0jYity5dy7 pic.twitter.com/L1XDRwuX1e
— Santiment (@santimentfeed) January 10, 2025
De acordo com o insight quinzenal da plataforma de monitoramento e inteligência on-chain, a posse do 47º presidente dos Estados Unidos no próximo dia 20 de janeiro já se reflete em volatilidade no mercado cripto. Por um lado, observou a Santiment, “os traders, independentemente de sua votação, estão bem cientes de sua postura pró-cripto no ano anterior e reconheceram o quanto as instituições reagiram positivamente à sua eleição”.
O relatório se referia às sucessivas quebras de máximas históricas do Bitcoin a partir de 5 de novembro de 2024, quando a vitória do republicano começou a se desenhar. Ocasião em que a criptomoeda chegava a US$ 73,7 mil e a memecoin do esquilo “de Elon Musk” disparava 150%.
O texto citou ainda os “planos de Trump de estabelecer uma reserva estratégica de Bitcoin nos EUA, juntamente com a nomeação de figuras pró-cripto, como Paul Atkins e David O. Sacks.”
“A grande questão, no entanto, é se a posse de Trump terá algum impacto imediato nas capitalizações de mercado assim que sua posse for oficializada. O efeito “compre o rumor, venda a notícia” pode assumir muitas formas, assim como vimos há um ano quando os ETFs de Bitcoin foram aprovados, e os mercados de criptomoedas realmente caíram nas duas semanas seguintes”, ponderou o insight.
A Santiment ressaltou que “outras bandeiras vermelhas estão na mente dos traders à medida que avançamos para o novo ano”.
“Após um ano em que o Bitcoin mais que dobrou sua capitalização de mercado, alguns traders experientes expressaram preocupação com a potencial “regressão à média”, semelhante ao que a cripto experimentou em 2018 e 2022”, frisou a análise.
A empresa lembrou a inflação voltou a assombrar os EUA essa semana, quando o Bitcoin tombou 6%, as altcoins derreteram até 40% e os traders alavancados capotaram em US$ 710 milhões, por causa de sinais de aquecimento no mercado de trabalho e outros indicadores. O que foi endossado nessa sexta-feira pelo relatório de dezembro dos empregos não-agrícolas, o payroll, divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA. Levantamento que relatou a criação de 256 mil novas vagas ante revisados 227 mil em novembro, bem acima dos 164 mil projetados por analistas.
A publicação da plataforma de análise pontuou que “há conversas sobre os cortes de juros do Federal Reserve (Fed) dos EUA que logo serão interrompidos, após a postura agressiva tomada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, na última reunião do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês]”.
“Se dermos uma olhada no volume social dos últimos 30 dias, podemos ver que as taxas de discussão caíram consideravelmente nas mídias sociais, agora que a euforia da multidão pró-Trump diminuiu conforme os preços caíram”, justificou a Santiment.
O relatório salientou que “a maioria das criptomoedas caiu em capitalização de mercado durante esse período, com exceções notáveis sendo Sui [SUI], Hyperliquid [HYPE], Bitget Token [BGB] e Virtuals Protocol [VIRTUAL]”, mas que “há muito o que observar durante o que certamente será um ano polarizador.”
A plataforma apontou que a regulamentação de criptomoedas está se tornando mais rigorosa na China, citou a influência do bilionário influência de Elon Musk nas mídias sociais sobre o mercado de criptmoedas, o anúncio recente da MicroStrategy de aporte de US$ 2 bilhões em Bitcoin e o aparente desacoplamento dos movimentos de preço do Bitcoin do S&P 500.
“Historicamente, esses dois mercados demonstraram um coeficiente de correlação de 0,65, significando uma relação moderadamente positiva. No entanto, dados das últimas duas semanas mostram que essa correlação caiu para apenas 0,18. Enquanto os mercados de ações tradicionais enfrentaram declínios de 3% em resposta às tensões comerciais EUA-China, o preço do Bitcoin aumentou 5% durante o mesmo período”, observou.
Nesse caso, uma das possibilidades seria a de que o Bitcoin pode estar no caminho de ser independente, impulsionado “por fatores como desenvolvimentos regulatórios e adoção institucional, em vez de tendências macroeconômicas mais amplas”.
Sobre as baleias, a Santiment revelou que as “carteiras com 10.000 e 100.000 BTC reduziram suas transações líquidas em 14%, alinhando-se com um declínio mais amplo na volatilidade do mercado”, em contraste “com a atividade intensificada das baleias observada em novembro e dezembro de 2024, que contribuiu para o rali histórico do Bitcoin acima de US$ 100.000”.
De acordo com o relatório, “o nível geral de transações de baleias também caiu, indicando que as principais partes interessadas estão adotando uma abordagem mais de esperar para ver depois de todos os fogos de artifício para encerrar o ano”.
“A quantidade de transações de baleias de mais de US$ 100 mil atingiu o pico de 24.728 e as transações de mais de US$ 1 milhão atingiram 5.949, ambas em 4 de dezembro de 2025. Mas na última semana, há uma média de apenas 10.597 transações de mais de US$ 100 mil e 2.207 transações de mais de US$ 1 milhão, respectivamente”, emendou.
Essa semana, outro monitoramento da Santiment identificou as baleias alvoroçadas por 10 criptomoedas, enquanto um especialista apontou 20 memecoins em alta anual de até 44.475.000% que ‘ficarão balísticas em 2025’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.