Da gênese ao global: A evolução do Bitcoin desde o bloco 0

O primeiro bloco gênese do Bitcoin — amplamente conhecido como bloco 0 — foi minerado em 3 de janeiro de 2009. Nos últimos 16 anos, mais de 1,13 bilhão de transações foram permanentemente registradas em aproximadamente 800.000 blocos na blockchain descentralizada do Bitcoin.

O criador do Bitcoin (BTC), Satoshi Nakamoto, incorporou uma manchete do jornal britânico The Times no bloco gênese: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks” (O chanceler está à beira do segundo resgate aos bancos). A mensagem foi uma crítica aos sistemas financeiros tradicionais e aos resgates governamentais durante a crise financeira global de 2008.

A adoção mainstream do Bitcoin se torna inevitável

Quando o Bitcoin foi lançado, foi descartado como um experimento obscuro em dinheiro digital. No entanto, a visão de Nakamoto começou a se concretizar uma década depois, quando economias instáveis começaram a considerar o Bitcoin como uma proteção contra a inflação das moedas fiduciárias e a crescente dependência do dólar americano.

À medida que instituições, governos e indivíduos passaram a reconhecer seu potencial como reserva de valor e meio de troca, El Salvador, em 2021, tornou-se o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal. Além de permitir aos cidadãos acesso aberto à economia do Bitcoin, o governo acumulou mais de 6.000 BTC desde então, o que equivale a cerca de US$ 570 milhões aos preços atuais.

Vários países, incluindo os EUA, China, Reino Unido e Ucrânia, atualmente possuem grandes reservas de Bitcoin.

Acompanhando os crescentes requisitos técnicos

À medida que a adoção do Bitcoin cresce, as demandas computacionais da rede aumentaram exponencialmente. A dificuldade da rede, uma medida relativa de quão difícil é minerar um novo bloco na blockchain, atingiu um recorde de 110 trilhões.

Para manter a lucratividade diante do aumento da dificuldade e dos custos operacionais, mineradoras de Bitcoin como Bitfarms, Hut 8 e Hive Digital passaram grande parte de 2024 atualizando seus equipamentos de mineração. Apesar da redução na recompensa por bloco de BTC devido ao evento de halving do Bitcoin, as mineradoras foram bem recompensadas em 2024, já que o Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 100.000 pela primeira vez na história.

Como mostrado acima, o hashrate está em uma trajetória ascendente, o que exige que os mineradores atualizem seus equipamentos a cada poucos anos para permanecerem lucrativos e competitivos ao confirmar transações na blockchain.

Olhando para o futuro

A blockchain do Bitcoin cresceu para 627 gigabytes nos últimos 16 anos, levantando preocupações sobre armazenamento e sincronização para nós completos.

Para enfrentar esses desafios, os desenvolvedores propuseram e implementaram várias estratégias. Entre elas estão a poda de nós para reter apenas as transações mais recentes necessárias para validação, a redução do tamanho máximo dos blocos, a compressão de dados da blockchain, transações offchain e snapshots periódicos.

No entanto, essas soluções apresentam compensações em termos de segurança, descentralização e complexidade. Pesquisas contínuas e o consenso da comunidade permanecem essenciais para superar esses desafios.