Apesar de ter registrando uma nova máxima histórica de US$ 108 mil em dezembro, o preço do Bitcoin vem lutando para manter o suporte de US$ 93 mil. Como aponta Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio.
“Após a queda do dia 20 de dezembro, a qual fez com que o preço do Bitcoin atingisse a mínima de US$ 92.232, a principal criptomoeda do mercado tem trabalhando dentro de um range entre as faixas de preços de US$ US$ 94.140 e US$ 99.830. Se houver rompimento do range para cima, o Bitcoin poderá buscar as regiões de liquidez dos US$ 102.500 e US$ 105.200.
No entanto, caso ocorra rompimento para baixo, os suportes de curto e médio prazo estão nas áreas de valor dos US$ 90.230 e US$ 87.500″, disse.
Porém, apesar da incerteza de curto prazo, o Bitcoin foi o ativo mais rentável do ano para os investidores brasileiros.
- Ganância do Bitcoin cai para os níveis de outubro enquanto o BTC fracassa em direção ao final do ano
De acordo com o Índice de Ganho Real do Grupo Studio (IGRGS), enquanto aplicações conservadoras, como Selic e CDI, mantiveram ganhos reais de 5,74% e 5,73%, respectivamente, outros investimentos, como o Ibovespa (-8,55%) e o IFIX (-8,02%), apresentaram resultados negativos quando ajustados pela inflação.
Por outro lado, ativos como o ouro, tradicionalmente reconhecido como reserva de valor, e o Bitcoin, classificado como um ativo alternativo, tiveram desempenhos expressivos em 2024.
O ouro registrou um ganho real de 23,28%, beneficiando-se do aumento da incerteza global, como as tensões geopolíticas e a oscilação de juros nos mercados desenvolvidos, que aumentaram sua atratividade como porto seguro.
“O desempenho do ouro reflete a busca dos investidores por segurança em momentos de instabilidade global. As tensões geopolíticas e as mudanças nas políticas monetárias de grandes economias criam um ambiente propício para ativos que oferecem proteção, como o ouro, que segue sendo uma referência de resiliência em tempos incertos”, destaca Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
Já o Bitcoin, com um retorno real impressionante de 163,64%, foi o ativo mais rentável para os investidores brasileiros impulsionado pela adoção crescente por investidores institucionais, um ambiente macroeconômico favorável e a busca por diversificação em ativos descorrelacionados.
A poupança, embora menos competitiva, encerrou o ano com um ganho real de 2,44%, destacando-se pela segurança para investidores conservadores em tempos de volatilidade.
Bitcoin e investimentos dos brasileiros
Para Monteiro, 2024 foi um ano repleto de contrastes, enquanto ativos tradicionais enfrentaram dificuldades em acompanhar a inflação e a volatilidade do mercado, as criptomoedas e o ouro despontaram como refúgios valiosos para investidores que buscaram diversificação.
“Esses resultados reforçam a importância de um planejamento financeiro estratégico, que considere tanto a proteção contra perdas reais quanto as oportunidades em classes de ativos menos convencionais”.
O desempenho dos investimentos conservadores também merece atenção, pontua Monteiro, “Selic e CDI seguem oferecendo segurança e retorno acima da inflação, o que é especialmente relevante em períodos de incerteza econômica”.
“Em 2024, acompanhamos oscilações na taxa básica de juros, com momentos de queda seguidos por um novo ciclo de alta, refletindo os desafios no controle da inflação. Essas variações trouxeram impactos mistos, fortalecendo a confiança dos investidores em aplicações conservadoras durante os momentos de alta, mas também exigindo uma reacomodação constante das expectativas econômicas e o ajuste no planejamento financeiro a longo prazo”, pondera Monteiro.
O analista finaliza apontando que com um ano tão diversificado em resultados, 2024 deixa um aprendizado claro. A diversificação de carteira e a análise criteriosa do cenário econômico são essenciais para ganhos reais consistentes.