Em uma semana histórica, marcada pelo rompimento dos US$ 100 mil e uma nova máxima histórica em torno de US$ 104 mil, o Bitcoin (BTC) acumulou ganhos de 4%.
Em um fechamento semanal que parecia promissor no domingo, 8 de dezembro, pela primeira vez na história, o Bitcoin consolidou velas verdes acima dos US$ 100 mil tanto no gráfico diário quanto no semanal.
Ainda assim, os acontecimentos da última semana não foram suficientes para impulsionar o Bitcoin em um movimento de descoberta de preço. O par BTC/USD abriu a semana em correção e era negociado abaixo de US$ 97 mil na noite desta segunda-feira, 9 de dezembro, em baixa de 3,2% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko.
Agora, todas as atenções dos traders de criptomoedas se voltam para os dados macroeconômicos nos Estados Unidos à medida que se aproxima a última reunião de 2024 do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Agendada para 18 de dezembro, a decisão sobre as taxas de juros nos EUA ainda pode ser afetada pelos dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de novembro, a serem divulgados na quarta-feira, 11.
O mercado projeta uma alta de 0,1% do CPI – e qualquer número acima das expectativas pode forçar o Banco Central dos EUA (Fed) a pausar a redução nos juros iniciada em setembro.
Em especial porque as estatísticas do mercado de trabalho dos EUA, divulgadas na semana anterior, mostraram a criação de 227.000 vagas no mês passado, enquanto o desemprego aumentou levemente para 4,2%, ante 4,1% em outubro.
Antes da divulgação dos dados de inflação, a FedWatch Tool do CME Group indica que há 86% de chances de que o FOMC reduza os juros em 0,25% na reunião da próxima semana, encerrando o ano com a taxa nominal entre 4,25% e 4,50%.
Como denotam os dados do CME Group, a redução dos juros está amplamente precificada pelo mercado. Assim, apenas uma reversão das expectativas sobre a inflação tende a ter um impacto significativo sobre o mercado de criptomoedas – potencialmente negativo, no caso.
Análise de preço do Bitcoin
Arthur Driessen, analista da Crypto Investidor, casa brasileira de análise de criptomoedas que vem antecipando os movimentos do mercado desde a correção do preço do Bitcoin para US$ 90 mil e o rompimento dos US$ 100 mil, sugere que o momento atual recomenda cautela aos investidores.
Segundo Driessen, a queda neste começo de semana pode marcar o início de um retorno à faixa dos US$ 90 mil no curto prazo:
“Após romper os US$100 mil, o Bitcoin sofreu uma forte rejeição que forçou o preço a testar brevemente o suporte dos US$90.000. Esse movimento pode ter sido o gatilho para o início de uma correção de onda 4, que nos levaria a testar novamente o suporte na região entre US$ 90 mil e US$ 88 mil.”
O analista sugere também que os traders devem estar atentos à linha de tendência de alta do índice de força relativo (RSI) no gráfico diário. Caso o Bitcoin venha a perdê-la, a divergência Bearish se confirmará, potencializando uma correção maior até a região de US$ 74 mil sinalizada com setas vermelhas no gráfico abaixo”, alerta Driessen.
Gráfico diário BTC/USD com RSI (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Um cenário positivo se configuraria caso o Bitcoin mantenha o suporte em US$ 95 mil. Nesse caso, pode-se esperar um reteste da resistência em US$ 102 mil.
“Se superada essa resistência, provavelmente teremos a confirmação de um novo pivô de alta cujos alvos serão US$ 107 mil seguido por US$ 115 mil”, conclui o analista.
Gráfico anotado de 4 horas BTC/USDT (Binance). Fonte: Crypto Investidor
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a máxima histórica de US$ 104 mil pode ter consolidado um topo local do Bitcoin, uma vez que nos últimos 30 dias os detentores de longo prazo liquidaram 828 mil BTCs no mercado à vista.