Uma pesquisa divulgada esta semana pelas plataformas de benefícios corporativos Creditas Benefícios e de bem-estar corporativo Wellhub, em parceria com empresa de pesquisa de mercado Opinion Box, apontou que 51% dos brasileiros consideram usar o 13º salário nas bets.
O levantamento, que foi feito junto a 405 trabalhadores de empresas com mais de 100 funcionários entre os dias 16 de novembro e 6 de dezembro, teve como objetivo compreender como as empresas estão enfrentando a popularização das plataformas de apostas online no ambiente de trabalho, onde 36% dos profissionais com cargos de chefia veem um impacto negativo das bets no ambiente de trabalho.
Esse percentual se relaciona à percepção da necessidade crescente de apoio psicológico aos funcionários das organizações, já que 24% dos entrevistados afirmaram que o tema foi debatido dentro das empresas depois de apostas feitas por funcionários em horário de expediente.
Segundo o levantamento, 80% dos funcionários acreditam que um programa com essa finalidade pode ajudar a prevenir a popularização das plataformas de apostas dentro do ambiente de trabalho. Por outro lado, apenas 36% dos entrevistados afirmaram estarem satisfeitos com as iniciativas das empresas relacionadas à abordagem do tema.
Ines Hungerbühler, psicóloga e líder da estratégia clínica do Wellz, que é o programa de saúde mental da Wellhub, à frente da pesquisa, explicou que os problemas financeiros são reconhecidamente uma das principais fontes de estresse, causa de ansiedade, depressão, insônia e, inclusive, suicídio. O que atinge especialmente os homens, pela pressão de prover o sustento da família. Segundo ela, o estigma em torno da vulnerabilidade emocional pode ser uma barreira para a busca de ajuda.
A psicóloga PhD acrescentou que os números reforçam a necessidade de as empresas estimularem a educação financeira.
“A integração de soluções que abordem tanto o bem-estar emocional quanto a gestão financeira pode ajudar os colaboradores a desenvolver resiliência e habilidades para enfrentar os desafios econômicos”, explicou.
O educador financeiro da Creditas, Guilherme Casagrande, salientou que os brasileiros, de maneira geral, enxergam as plataformas de apostas online como uma forma de ganhar dinheiro rápido, o que, segundo ele, está errado.
“As apostas não garantem nenhum benefício financeiro”, emendou Casagrande.
Este mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu um prazo de 15 dias para governo travar o uso de repasses do Bolsa Família nas bets, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.