CONTEÚDO
Introdução
O Ethereum é uma plataforma descentralizada que permite a criação e a execução de contratos inteligentes e aplicações descentralizadas usando a tecnologia blockchain. Esses contratos e aplicações são programas de computador que funcionam de forma autônoma, sem a necessidade de intermediários ou autoridades centrais. O Ethereum foi lançado em 2015, como uma evolução do Bitcoin, a primeira criptomoeda descentralizada do mundo. Desde então, o Ethereum se tornou uma das maiores e mais inovadoras plataformas do mercado de criptoativos, com diversas possibilidades e aplicações em diferentes setores e indústrias.
Relevância do tema
O tema é relevante porque o Ethereum pode trazer diversos benefícios para a sociedade, como: aumentar a confiança, a transparência e a eficiência nas transações financeiras, comerciais e jurídicas; reduzir os custos, os riscos e as fraudes nas operações; promover a inclusão, a participação e a colaboração dos usuários em diversos serviços e projetos; estimular a inovação, a criatividade e o empreendedorismo em vários domínios e indústrias. O Ethereum também pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social do mundo, pois oferece uma nova forma de organizar, gerenciar e participar dos sistemas financeiros, políticos e culturais da sociedade.
Dissertação
Para entender a história do Ethereum e os motivos pelos quais ele é uma das inovações financeiras do século, é preciso conhecer alguns conceitos e fatos importantes, como:
- O conceito de Ethereum foi proposto pela primeira vez em 2013 por Vitalik Buterin, um programador russo-canadense que se interessou pelo Bitcoin em 2011. Buterin percebeu que o Bitcoin tinha limitações para executar outras funções além das transações monetárias, e teve a ideia de criar uma plataforma mais geral e flexível, que permitisse programar qualquer tipo de contrato ou aplicação na blockchain.
- Em 2014, Buterin publicou o white paper do Ethereum, no qual apresentou o seu projeto de forma detalhada. Ele também reuniu uma equipe de desenvolvedores e fundou a Ethereum Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento da plataforma. O Ethereum foi financiado por meio de uma oferta inicial de moedas (ICO), na qual os investidores puderam comprar a moeda nativa da plataforma, o ether (ETH), em troca de bitcoins ou outras criptomoedas.
- Em 2015, o Ethereum foi lançado oficialmente na rede principal (mainnet), com o nome de Frontier. A plataforma começou a atrair a atenção de desenvolvedores, empresas e entusiastas, que passaram a criar contratos inteligentes e aplicações descentralizadas para diversos fins, como finanças, jogos, arte, identidade etc. O Ethereum também passou por diversas atualizações e melhorias ao longo dos anos, como Homestead (2016), Metropolis (2017-2019) e Serenity (2020-2022).
- Em 2016, o Ethereum enfrentou um dos seus maiores desafios: o ataque ao projeto The DAO (Organização Autônoma Descentralizada), um fundo coletivo baseado em contratos inteligentes que arrecadou mais de 150 milhões de dólares em ether. Um hacker conseguiu explorar uma falha no código do contrato e roubar cerca de 50 milhões de dólares em ether. A comunidade do Ethereum ficou dividida sobre como resolver o problema: alguns defendiam que se mantivesse o código original da blockchain, respeitando o princípio da imutabilidade; outros defendiam que se fizesse uma alteração na blockchain para reverter as transações fraudulentas e devolver os fundos aos investidores.
- A solução adotada foi fazer um hard fork na blockchain do Ethereum, ou seja, uma mudança radical no protocolo que resultou em duas redes distintas: o Ethereum original, que manteve o histórico das transações sem alterações, e o Ethereum alterado, que reverteu as transações do ataque. O Ethereum original passou a ser chamado de Ethereum Classic (ETC), enquanto o Ethereum alterado continuou sendo chamado de Ethereum (ETH). A maioria dos usuários, desenvolvedores e mineradores optou por seguir o Ethereum alterado, que se tornou a rede dominante.
- Em 2017, o Ethereum ganhou mais visibilidade e popularidade com o surgimento de diversas iniciativas e projetos que exploraram as suas potencialidades em diferentes áreas e setores. Um dos fenômenos mais marcantes foi o das ofertas iniciais de moedas (ICOs), que consistem na captação de recursos por meio da emissão de tokens digitais baseados no Protocolo Blockchain do Ethereum. Muitos projetos inovadores e promissores foram financiados por meio de ICOs, como OmiseGo, Golem, Bancor, etc. Outro fenômeno foi o das Finanças Descentralizadas (DeFi), que são serviços financeiros baseados em contratos inteligentes que oferecem funções como empréstimos, trocas, seguros etc.
- Em 2020, o Ethereum iniciou a sua maior e mais ambiciosa atualização: a transição para o Ethereum 2.0, também chamado de Serenity. O objetivo é tornar a plataforma mais escalável, segura e sustentável, por meio da implementação de novas tecnologias e mecanismos. Uma das principais mudanças é a substituição do algoritmo de consenso atual, chamado de Prova de Trabalho (PoW), pelo algoritmo de Prova de Participação (PoS). Isso significa que os participantes da rede não precisarão mais usar poder computacional para validar as transações e gerar novos blocos, mas sim apostar uma quantidade de ether para ter o direito de fazer isso. Outra mudança é a introdução do sharding, que consiste na divisão da blockchain em várias cadeias paralelas que podem processar transações simultaneamente, aumentando a capacidade e a velocidade da rede.
Conclusão
O Ethereum é uma plataforma descentralizada que revolucionou o modo como se cria e se executa contratos inteligentes e aplicações descentralizadas usando a tecnologia blockchain. Sua história é marcada por avanços técnicos, desafios sociais e oportunidades econômicas que demonstram o seu potencial transformador em diversos âmbitos da vida humana. O Ethereum é uma das inovações financeiras do século porque oferece uma nova forma de organizar, gerenciar e participar dos sistemas financeiros, políticos e culturais da sociedade.